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Segunda, 22 Março 2021 13:10

Secult contempla artistas indígenas por meio da Lei Aldir Blanc

Os artistas indígenas Carmézia Emiliano e Isaias Miliano entregaram suas obras contempladas pelo prêmio Anísio Fernandes de Artes Visuais do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura com recursos provenientes da Lei Aldir Blanc. 

A obra ‘Fazendo Farinha’ de Carmézia Emiliano registra como o povo macuxi produz o alimento, que é central em seus hábitos alimentares.

“Eu retrato nas minhas telas a cultura indígena, fazendo bejú, fazendo farinha, caxiri, bebida indígena, dança da de parixara, tudo que eu vivi eu retrato na tela para não esquecer a minha cultura” explicou a artista.

Isaias contruiu a obra “Wazaká, a lenda da árvore da vida”, um painel de madeira usando a técnica de entralhe de baixo e alto relevo.

A obra traz elementos da iconografia de Roraima e grafismos oriundos de inscrições rupestres.

“Uso o aproveitamento de madeira que seriam descartadas, então apresento hoje, esse tema, que mostra o Monte Roraima, tem as orquídeas com a floresta, tem os buritizais, a mãe da mata, o lavrado, o caimbé, e também o caju que é o símbolo de Roraima” explicou Isaias.

 

Para o Diretor de Promoção Cultural, Enos Almeida, o momento é extremamente importante para a cultura do Estado. “Não é só um registro, você acaba criando um acervo dessa produção, desses artistas e segmentos variados e você tem todo o potencial da arte roraimense com visibilidade para a população em geral” ressaltou.

 

Conheça os artistas:

Isaias Miliano

O roraimense Isaias Miliano deixou, ainda jovem, a comunidade em que nasceu, no município do Uiramutã, para morar em Boa Vista. Nessa mudança, ele adotou a arte como sua principal profissão. Segundo ele, as artes plásticas dão ênfase à sua verdadeira paixão: unir a arte com a importância de preservar a cultura indígena e o ambiente em que vivem.

Ele utiliza matéria prima de refugos de marcenarias e serralherias e reaproveita-os para a criação de obras com temas de grafismos indígenas e rupestres da região.

 Carmézia Emiliano

Carmézia Emiliano é indígena Macuxi e nasceu em 20 de abril na Guyana. Sua família imigrou para a aldeia Japó, no município de Normandia, estado de Roraima, Brasil, na década de 70 e desde 1988, ela reside em Boa Vista.

A artista conquistou por quatro vezes o prêmio na Bienal de Arte Naif do Salão SESC de Piracicaba-SP e foi agraciada com o Prêmio Buriti da Amazônia de Preservação do Meio Ambiente, em 1996, na categoria revelação.

Ela figura no topo da lista dos maiores artistas Naifs brasileiros. O estilo é conhecido por lançar obras com aquele aspecto inacabado, primitivo, até mesmo singelo e descompromissado.  A relação de Carmézia com a arte está intimamente relacionada com a sua trajetória. Ao conhecer as obras de arte e a vida da artista, têm-se a boa impressão de que Carmézia pinta a si própria, em vida e em memória.